Acordei tarde e desanimada, como
tem sido nos últimos dias. Estava concentrada em meus a fazeres domésticos,
afinal por enquanto não sou nada, além de mãe, esposa e dona de casa. Não que
isso seja ruim, estou adorando, nunca estive tão próxima do meu filho, estamos
nos tornando amigos, cúmplices. A parte das tarefas domésticas é que me deixa
meio estressada, não nasci para isso, mulher nenhuma nasceu. Bom, enfim, eu
estava passando roupas para ser mais exata e enquanto isso assistia ao
campeonato inglês, a propósito, o New Castle estava ganhando de 1 X 0 do Queens
Park Rangers, não me ligo muito nos campeonatos internacionais, embora adore
futebol, mas vez por outra dou uma espiadela.
O fato
é que hoje enquanto trabalhava e assistia, acabei me perdendo em meus
pensamentos e lembrei o quanto minha infância foi feliz. Lembrei-me de um lugar
aonde minha mãe costumava levar a mim e a minha irmã, a do meio, por parte de
mãe (são muitas irmãs). Era um clube, que na época para o tamanho que eu tinha,
parecia enorme, hoje já não tenho certeza se era realmente tão grande, havia
uma escadaria que dava acesso a uma parte onde ficavam as lanchonetes e os
parquinhos, era tão divertido, mas o que eu gostava mesmo era das piscinas,
pequenas, médias, grandes, muitas! Passávamos o dia inteiro lá, era um dia de
diversão plena.
Morávamos
numa cidade do interior da Paraíba e muito provavelmente aquele era o único
lazer das famílias desta e de outras cidadezinhas próximas, afinal, estava
sempre lotado. Crianças correndo, deleitando-se nas piscinas, nos brinquedos,
correndo, pulando. Enquanto os pais bebiam, comiam, dançavam e claro
aproveitavam as piscinas também. A Alegria estava no ar, espalhada por todos os
cantos deste lugar mágico que tinha o poder de transformar trabalhadores
cansados da labuta diária em pessoas felizes, cheia de motivos para comemorar e
ser feliz!
Era
tudo que eu precisava para ser feliz. Uma visita por mês já era o suficiente
para me encher de alegria por um longo período. As lembranças do dia feliz, as
histórias para contar aqueles que não puderam ir e, acima de tudo a expectativa
do próximo passeio me enchiam de alegria durante muitos dias, alegria que
ficava armazenada em meu coração, como um estoque de bem estar preenchendo
minha vida de felicidade plena. Eu, minha mãe, minha irmã, alguns primos,
alguns amigos e aquele clube lotado de pessoas e de contentamento eram
suficientes para me fazer feliz, e fazia!
O mais estranho é que quando
somos crianças não temos consciência dessa felicidade, porque ser feliz é a
coisa mais normal do mundo para quem é criança. Hoje, adulta, vejo a felicidade
de um modo diferente e ao lembrar esse momento, sou feliz novamente!
Estava lendo seu texto e claro discordando de muita coisa, entre ela quando vc diz que "...afinal por enquanto não sou nada, além de mãe, esposa e dona de casa." ser mãe, esposa, e dona de casa é ser muita coisa, assim como vc, eu também estou nessa fase "Amélia" e sinto na pele o quanto é difícil deixar a "independencia financeira" de lado e se dedicar totalmente ao lar, á familia, ao esposo... que nem sempre reconhece tamanho esforço. Tem dias que me pego com saudades de mim, da vida corrida entre trabalho, facul, filhas, esposo, casa... e tento me agarrar na esperança que dias melhores estão por vir, sei que ao concluir esse curso vou conseguir recuperar um pouco de mim. Sentir se só em meio a uma multidão de pessoas é mais comum do que se pensa e isso não diminui em nada nossos sentimentos. A certeza do amor da família e principalmente dos filhos, os faz suportar a saudade. Bom, saiba que vc não está sozinha nessa e se isso te consola, eu me identifiquei em seu belo texto. Estou na torcida por dias melhores e por textos mais fincados na fé que tudo é passageiro.
ResponderExcluirTe amo viu! (de verdade!)
Leane Araujo (de um lugar nem tããão distante) rs rs rs...
Amiga linda! Você tem toda razão ser "Amélia" é mesmo muita coisa. Esses dias minha irmã me falou que estou muito melancólica após ler alguns dos meus textos, e o que respondi para ela vou dizer a você agora: eu não sou assim todo dia, mas é que nesses dias eu me sinto mais inspirada a escrever. Sabe como é escritor (eu sou uma, claro. Risos)cada um tem seus dilemas. Este é o meu. Por enquanto é sobre isso que me sinto inspirada a escrever, é mais um desabafo. Eu não tenho amigos nem parentes aqui e não dá pra ficar falando essas coisas por e-mail, ou quando encontra no twitter, msn, FB. Aqui é meu refúgio, desabafo com meu blog, ele não reclama, não dá opinião, é um ótimo ouvinte. Risos. Os dias são bons e outros melhores já estão a caminho, tenho certeza disso!
ResponderExcluirI love you too!
Amiga, já pensei em criar um blog, pois gosto de escrever... mas vejo que o travesseiro ainda é o amigo mais discreto e compreensivo que temos, kkkk... nada como um dia tenso e uma noite bem dormida. rs rs... O blog pode não reclamar, mais é inevitável as diversas opiniões, quem escreve em um se sujeita a elas.
ResponderExcluirBjos!